Pontilhismo

O Pontilhismo (também designado por divisionismo), é uma técnica de pintura, saída do movimento impressionista, em que pequenas manchas ou pontos de cor provocam, pela justaposição, uma mistura óptica nos olhos do observador (imagem). Esta técnica baseia-se na lei das cores complementares, avanço científico impulsionado no século XIX, pelo químico Michel Chevreul. Trata-se de uma consequência extrema dos supostos ensinamentos dos impressionistas, segundo os quais as cores deviam ser justapostas e não entre mescladas, deixando à retina a tarefa de reconstruir o tom desejado pelo pintor, combinando as diversas impressões registradas. A técnica de utilização de pontos coloridos justapostos também pode ser considerada o culminar do desprezo dos impressionistas pela linha, uma vez que esta é somente uma abstração do Homem para representar a natureza. Esta técnica foi criada na França, com grande impulso de Georges Seurat e Paul Signac, no século XIX.


Perceba na obra abaixo (Tarde de domingo na Ilha de Grande Jatte, 1884-1886) a evidência de como a figura foi construída a partir de pequenos pontos. Observe também como Seurat conseguiu criar áreas de luz e sombra: os pontinhos amarelos nos dão a ideia de luz do sol; os pontinhos mais escuros nos sugerem as sombras causadas pelas copas das árvores e pelas sombrinhas das mulheres. 





Signac foi outro grande pintor que dominou a técnica pontilhista. Ele gostava de observar o movimento da água no mar e nos rios, e procurou registrá-lo em muitas de suas obras.

Observe em sua obra abaixo (A boia vermelha, 1895), os pequenos pontos coloridos que, colocados lado a lado, formam todo os elementos representados: o céu, as casas, as embarcações, a água, a boia e o reflexo de tudo isso na água.





No Brasil, diversos artistas, principalmente do período da Primeira República, utilizaram a técnica especialmente em paisagens e pinturas decorativas, como Belmiro de Almeida, Eliseu Visconti e Rodolfo Chambelland.